A violenta tempestade, que começou em meados de Janeiro de 2009 na atmosfera do planeta Saturno e prosseguiu sem interrupção durante oito meses, é a mais longo observada até agora no sistema solar, noticiaram hoje astrónomos.
Esta tempestade é a nona observada pela sonda norte-americana Cassini em órbita à volta de Saturno desde 2004, segundo resultados apresentados durante o congresso europeu de planetologia que decorre esta semana em Potsdam, perto de Berlim.
Estes fenómenos atmosféricos, susceptíveis de se estenderem por uma zona de três mil quilómetros de diâmetro, ocorrem habitualmente numa região baptizada como «a Avenida das tempestades» pelos cientistas, que está situada a 35 graus a Sul do equador de Saturno.
As descargas eléctricas causadas pelas tempestades de Saturno desencadeiam a emissão de ondas rádio dez milhares de vezes mais fortes do que as das tempestades terrestres, precisaram astrónomos num comunicado.
«Estas tempestades não são apenas espantosas pela sua potência e longevidade mas as ondas rádio que eles emitem são também úteis para estudar a ionosfera de Saturno», assinala Georg Fischer da Academia das Ciências austríaca que participa nas observações conduzidas por uma equipa de cientistas austríacos, norte-americanos e franceses.
Os níveis de ionização desta camada da atmosfera, lidos graças ao instrumento RPWS de Cassini (que recolhe dados de ondas de rádio e de plasma), são cerca de cem vezes mais elevados na face diurna do que na face nocturna, o que confirma dados da sonda Voyager captados em 1980 e 1981.
A anterior tempestade de longa duração sobre Saturno ocorrera entre Novembro de 2007 e Julho de 2008.
Fonte: Lusa / SOL
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