Os especialistas do clima tentam perceber há décadas algo que aconteceu há cerca de 635 milhões de anos: o que transformou a Terra, que estava há 45 milhões de anos reduzida ao estado de bola de gelo, num planeta dezenas de graus mais quente. Uma resposta é avançada hoje na "Nature" por cientistas que receiam que o mesmo possa tornar a acontecer, provocando uma mudança radical e repentina do clima actual.
"Os nossos resultados documentam um abrupto e catastrófico processo de aquecimento global que conduziu, sem transição, de um clima muito frio e estável a um clima muito quente e estável", diz o geólogo Martin Kennedy, líder da equipa da Universidade da Califórnia que realizou o estudo, citado num comunicado da universidade.
O que terá acontecido então foi uma libertação maciça de um gás, o metano, preso no solo congelado devido a condições precisas de temperatura e pressão criada pelos glaciares que cobriam o planeta. A libertação terá começado de forma lenta, com o degelo dos glaciares nas latitudes mais baixas, provocando em seguida um desequilíbrio maior que por sua vez conduziu à libertação de mais e mais metano, um potentíssimo gás de estufa, numa espiral descontrolada. Os cientistas recolheram centenas de amostras de sedimentos marinhos no Sul da Austrália e identificaram nelas a assinatura química dessa libertação.
Ainda existe muito metano em estado latente no Árctico, "no permafrost e nas margens continentais dos oceanos", diz Kennedy. Permanecerá nesse estado até o "gatilho" do aquecimento desequilibrar novamente o sistema. "O que precisamos de determinar", salienta, "é se a situação actual de aquecimento atmosférico é suficiente para desencadear novamente essa libertação."
O mesmo fenómeno já foi proposto para explicar um período de aquecimento global, há uns 55 milhões de anos, em que as temperaturas aumentaram em quatro a oito graus Celsius - e também as extinções em massa que, no passado, afectaram organismos marinhos.
Fonte:Ana Gerschenfeld, in Público.pt
"Os nossos resultados documentam um abrupto e catastrófico processo de aquecimento global que conduziu, sem transição, de um clima muito frio e estável a um clima muito quente e estável", diz o geólogo Martin Kennedy, líder da equipa da Universidade da Califórnia que realizou o estudo, citado num comunicado da universidade.
O que terá acontecido então foi uma libertação maciça de um gás, o metano, preso no solo congelado devido a condições precisas de temperatura e pressão criada pelos glaciares que cobriam o planeta. A libertação terá começado de forma lenta, com o degelo dos glaciares nas latitudes mais baixas, provocando em seguida um desequilíbrio maior que por sua vez conduziu à libertação de mais e mais metano, um potentíssimo gás de estufa, numa espiral descontrolada. Os cientistas recolheram centenas de amostras de sedimentos marinhos no Sul da Austrália e identificaram nelas a assinatura química dessa libertação.
Ainda existe muito metano em estado latente no Árctico, "no permafrost e nas margens continentais dos oceanos", diz Kennedy. Permanecerá nesse estado até o "gatilho" do aquecimento desequilibrar novamente o sistema. "O que precisamos de determinar", salienta, "é se a situação actual de aquecimento atmosférico é suficiente para desencadear novamente essa libertação."
O mesmo fenómeno já foi proposto para explicar um período de aquecimento global, há uns 55 milhões de anos, em que as temperaturas aumentaram em quatro a oito graus Celsius - e também as extinções em massa que, no passado, afectaram organismos marinhos.
Fonte:Ana Gerschenfeld, in Público.pt
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