sexta-feira, 18 de abril de 2008

O campeão dos peso-pluma

São os objectos mais poderosos do Universo e talvez também os mais fantasiados pela imaginação humana, com grandes ajudas da literatura fantástica e da indústria de Hollywood, na segunda metade do século XX. São os buracos negros, claro. Graças a sua poderosa atracção gravítica, estes estranhos objectos sugadores de luz, que se formam em consequência do colapso de estrelas supergigantes ou de supernovas (estrelas que explodem), "comem" tudo à sua volta, incluindo estrelas inteiras.
Mas até entre estes colossos há os pesos-pluma. Astrónomos do Centro Espacial Goddard, da NASA, encontraram justamente o recordista entre os buracos negros mais pequenos até hoje descobertos. O XTE j1650, como lhe chamaram, é "apenas" 3,8 vezes maior e mais pesado que o Sol, o que é realmente muito pouco, comparando com alguns buracos negros já identificados, que chegam a ser milhares de milhões de vezes mais pesados de que a nossa própria estrela. Este "pequeno" buraco negro, dizem os seus descobridores - Nikolai Shaposhnikove e Lev Titarchuk -, formou-se no centro de uma estrela moribunda que esgotou o seu próprio combustível. O núcleo dessa estrela colapsou sobre si próprio e assim surgiu o XTE j1650, cuja a pequena dimensão os cientistas pensam não poder ser facilmente destronada por outros congéneres. Cálculos feitos por Albert Einstein prediziam que um buraco negro com 3,8 vezes a massa do Sol não seria muito maior do que uma cidade com cerca de 20 Km de extensão. Para um buraco negro, não aparece muito assustador.

Por Filomena Naves, in revista NS, de 12 Abril de 2008.

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